Tropicalismo
ou Movimento tropicalista era um movimento cultural brasileiro que surgiu sob a
influência das correntes artísticas de vanguarda e da cultura pop nacional e
estrangeira (como o pop-rock e o concretismo); misturou manifestações
tradicionais da cultura brasileira a inovações estéticas radicais. Tinha
objetivos comportamentais, que encontraram eco em boa parte da sociedade, sob o
regime militar, no final da década de 1960. O movimento manifestou-se
principalmente na música (cujos maiores representantes foram Caetano Veloso,
Gilberto Gil, Torquato Neto, Os Mutantes e Tom Zé); manifestações artísticas
diversas, como as artes plásticas (destaque para a figura de Hélio Oiticica), o
cinema (o movimento sofreu influências e influenciou o Cinema novo de Gláuber
Rocha) e o teatro brasileiro (sobretudo nas peças anárquicas de José Celso
Martinez Corrêa). Um dos maiores exemplos do movimento tropicalista foi uma das
canções de Caetano Veloso, denominada exatamente de "Tropicália".
As letras das
canções eram inovadoras, criando jogos de linguagem, se aproximando da poesia
dos concretistas. As mensagens das letras eram codificadas, que exigiam uma
certa bagagem cultural para que fossem compreendidas. "Alegria,
Alegria" de Caetano Veloso não tem sentido óbvio, mas carrega em sua letra
preocupações típicas da juventude da década de 60, um tormento com a violência
da ditadura e um desejo de inovar, de romper barreiras. O sucesso foi tanto que fizeram documentários, entrevistas e matérias sobre eles nos jornais: sobre eles nos jornais:
Eles se
caracterizavam pelo excesso, roupas coloridas, cabelos compridos e agregavam
várias influências musicais. A intenção era chocar e, por meio de performances
caracterizadas pela violência estética, protestar contra a música brasileira
bem comportada. Influenciados pela contracultura, se apoderaram da linguagem da
paródia e do deboche. Os tropicalistas transformaram a música popular
brasileira, sendo grandes expoentes da arte brasileira de vanguarda.